terça-feira, 10 de abril de 2012

O segredo de Emma Sullivan, da escritora Nanda Silveira



Uma mulher de pele morena clara corria acelerada na direção de um lindo bosque vazio. Ela entrava por um pequeno portão de madeira, e olhava para todos os lados, como se estivesse à procura de alguém... E estava:
Por detrás de uma das árvores, surgia um rapaz alto, de cabelos cacheados e escuros. O rosto sorridente, a pele branca como a dela, porém tinha um tom diferente... Um tom pálido, mas não era desagradável... Era uma palidez amena.
A jovem que tinha os cabelos longos, louros e lisos num corte reto, abraçava alegremente o rapaz alto.
Eles sentiam ternura, um carinho que transpassava a cena.
O segredo de Emma Sullivan. Página 83.

Iniciei a leitura do livro, “O segredo de Emma Sullivan”, de Nanda Silveira, no começo dessa semana – quando recebi o exemplar pelos correios. Não posso dizer que estava empolgada, até porque estava com uma grande lista de livros para ler, de variados escritores, e então, receber esse livro, no começo, não foi algo tão primoroso. Eu fiquei foi preocupada.... hahahaha.
Desembrulhei rapidamente o envelope dos correios, e conferi a capa do livro. Gostei de imediato. Então folheei algumas páginas, dando de cara com essa que postei acima.
No mesmo instante, fiquei hiper curiosa em ler. E comecei o prólogo do livro. Não consegui mais parar de ler. Passei o livro na frente de muitos outros que ainda tenho que ler... Terminei o livro de 166 páginas, em um único dia, acho que no máximo em 3 horas eu já o tinha lido por completo – de tanto que a leitura me agradou. Quando cheguei na última página, eu disse a mim mesma: “JÁ ACABOU?”
Ainda bem que o livro tem continuação... Não vejo a hora de sair o segundo...
Então vou deixar minha visão sobre o mesmo:

Emma Sullivan é sem dúvidas, uma garota comum. Ela não possui nada de extraordinário, porém não é daquelas populares-metidinhas, nem mesmo as quietinhas-irritantes. Ela não é sem-sal, porém nem muito açucarada.  Às vezes ela é meio dramática, mas acho que é pelo fato de ter perdido a mãe e a irmã que tanto amava. Na minha opinião, a autora soube bem fazer a personagem.
O livro é narrado em primeira pessoa, a princípio por Joel – o protetor de Emma. A segunda parte é narrada pela própria Emma Sullivan. O Joel é um fofo, e descreve passo-a-passo a vida da garota. Emma se encontra num momento frágil da vida, pois é quando a mãe e a irmã morrem num acidente de carro. Ela se muda para a casa de seu pai, que fazia anos que não o via. E é bem foda para ela conviver com a nova família que o destino lhe dá.
Enquanto Emma Sullivan tenta se adaptar com a nova vida, Joel, o narrador da primeira parte do livro, mostra também como está sendo os preparativos do povo de seu mundo, em relação à Emma. Eles têm planos para ela. Pois Emma vai assumir em breve, a liderança dos Lorvinins – seres de uma dimensão estranha, na qual Emma pertence – mesmo sem saber.
O primeiro livro não explica muito sobre os Lorvinins. Mas deixa um mistério tão gostoso sobre eles, nossa, é muito bom...
O tempo vai passando, e Emma começa a desconfiar de que não é uma garota normal. Um dos acontecimentos foi no dia em que ela vai à escola pela primeira vez:

“Emma era esperta, quando queria alguma coisa, conseguia sem pestanejar. Ela não precisava da minha ajuda para isso. (Nessa parte, é o Joel quem está narrando, hahahaha).
– Está bem minha querida, vou fazer uma exceção. Eu sinto muito pela sua mãe – disse a diretora com pena.
A mulher passou a grampear todos os documentos xerocados de Emma – ela os tinha porque a escola que seu pai a matricularia havia pedido a documentação com urgência.
– Histórico escolar? – pediu a diretora.
– Está aqui! – disse Emma sem esconder a alegria, vasculhando na bolsa até encontrar o grande envelope.
– Comprovante de Residência, meu bem?
Se Emma apresentasse o comprovante que possuía, seria um grande problema, já que o bairro nele constatado era de uma região nobre – e certamente a diretora questionaria a escolha de uma escola de periferia, se Emma tinha condições de ter uma melhor qualidade de ensino.
– Há necessidade disso agora? – perguntou Emma, parecendo desanimada. Como se soubesse que não fosse conseguir concluir a matricula.
A garota fixou os olhos aflitos nos olhos compadecidos da diretora. Naquela fração de segundos, ouve-se fortemente a batida do coração da mulher, e em seguida, o inesperado:
– Muito bem, Emma Sullivan, está matriculada no terceiro D que fica na sala 21.
– Coooomo?
Diretora e aluna se encararam, ambas assustadas.
“Alguma coisa aconteceu aqui. Reparou na cor dos olhos de Emma?” – disse Natália em meus pensamentos.
Os olhos de nossa líder mantiveram outra tonalidade enquanto ela questionava a importância do documento. Ficaram vermelhos – vermelhos tão vivos, que se comparava ao vermelho-sangue. Seria essa uma manifestação de suas características Lorvinins?
O segredo de Emma Sullivan. Página 40.

Bom, depois que Joel conta a Emma tudo sobre sua verdadeira origem, o livro se torna ainda mais interessante. Emma fica em confusão com seus sentimentos, e não consegue mais controlar suas emoções. Ela passa a ser mais dura, brigona, e não consegue controlar os poderes que vão surgindo conforme os dias se passam. Um exemplo é a cena do terremoto que acontece do nada na cidade, que no caso, é provocado sem querer por Emma:
  “Olhei involuntariamente para as minhas mãos. Elas haviam afundado a madeira da mesa, enquanto o barulho acontecia! Estavam fechadas, preparadas para atacar alguma coisa, como se eu fosse um animal selvagem faminto, esperando pela presa saborosa... Direcionei meus olhos para a minha falsa família. Todos escorregavam pelas cadeiras, enquanto o barulho de rachadura nas paredes aumentava cada vez mais. Ninguém prestava atenção em mim, naquele momento eles eram egoístas, tentando salvar apenas a própria vida miserável de humano! Salvar a própria pele, sem se importar com quem estava ao lado. Joel surgiu sorrindo na porta, acenando para eu acompanhá-lo. Imediatamente eu corri em sua direção, o engraçado era que eu não me incomodava com o barulho! Não precisava de apoio para poder andar pela casa trêmula... Eu pertencia a todo aquele estrondoso som que destruía a bela mobília da casa!”
O segredo de Emma Sullivan. Página 110.

É bastante curiosa essas cenas, a autora escreve de uma maneira que parece que nós, os leitores, conseguimos entrar na trama. Muito bom. Eu recomendo o livro para todos os meus amigos desse blog. Tenho certeza que vai agradar... Deixo aqui meu grande beijo da Briana.

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