Uma mulher de pele morena clara corria acelerada na direção de um lindo bosque vazio. Ela entrava por um pequeno portão de madeira, e olhava para todos os lados, como se estivesse à procura de alguém... E estava:
Por detrás de uma das árvores, surgia um rapaz alto, de cabelos cacheados e escuros. O rosto sorridente, a pele branca como a dela, porém tinha um tom diferente... Um tom pálido, mas não era desagradável... Era uma palidez amena.
A jovem que tinha os cabelos longos, louros e lisos num corte reto, abraçava alegremente o rapaz alto.
Eles sentiam ternura, um carinho que transpassava a cena.
O segredo de Emma Sullivan. Página 83.
Iniciei a leitura do livro, “O segredo de Emma Sullivan”, de Nanda Silveira, no começo dessa semana – quando recebi o exemplar pelos correios. Não posso dizer que estava empolgada, até porque estava com uma grande lista de livros para ler, de variados escritores, e então, receber esse livro, no começo, não foi algo tão primoroso. Eu fiquei foi preocupada.... hahahaha.
Desembrulhei rapidamente o envelope dos correios, e conferi a capa do livro. Gostei de imediato. Então folheei algumas páginas, dando de cara com essa que postei acima.
No mesmo instante, fiquei hiper curiosa em ler. E comecei o prólogo do livro. Não consegui mais parar de ler. Passei o livro na frente de muitos outros que ainda tenho que ler... Terminei o livro de 166 páginas, em um único dia, acho que no máximo em 3 horas eu já o tinha lido por completo – de tanto que a leitura me agradou. Quando cheguei na última página, eu disse a mim mesma: “JÁ ACABOU?”
Ainda bem que o livro tem continuação... Não vejo a hora de sair o segundo...
Então vou deixar minha visão sobre o mesmo:
Emma Sullivan é sem dúvidas, uma garota comum. Ela não possui nada de extraordinário, porém não é daquelas populares-metidinhas, nem mesmo as quietinhas-irritantes. Ela não é sem-sal, porém nem muito açucarada. Às vezes ela é meio dramática, mas acho que é pelo fato de ter perdido a mãe e a irmã que tanto amava. Na minha opinião, a autora soube bem fazer a personagem.
O livro é narrado em primeira pessoa, a princípio por Joel – o protetor de Emma. A segunda parte é narrada pela própria Emma Sullivan. O Joel é um fofo, e descreve passo-a-passo a vida da garota. Emma se encontra num momento frágil da vida, pois é quando a mãe e a irmã morrem num acidente de carro. Ela se muda para a casa de seu pai, que fazia anos que não o via. E é bem foda para ela conviver com a nova família que o destino lhe dá.
Enquanto Emma Sullivan tenta se adaptar com a nova vida, Joel, o narrador da primeira parte do livro, mostra também como está sendo os preparativos do povo de seu mundo, em relação à Emma. Eles têm planos para ela. Pois Emma vai assumir em breve, a liderança dos Lorvinins – seres de uma dimensão estranha, na qual Emma pertence – mesmo sem saber.
O primeiro livro não explica muito sobre os Lorvinins. Mas deixa um mistério tão gostoso sobre eles, nossa, é muito bom...
O tempo vai passando, e Emma começa a desconfiar de que não é uma garota normal. Um dos acontecimentos foi no dia em que ela vai à escola pela primeira vez:
“Emma era esperta, quando queria alguma coisa, conseguia sem pestanejar. Ela não precisava da minha ajuda para isso. (Nessa parte, é o Joel quem está narrando, hahahaha).
– Está bem minha querida, vou fazer uma exceção. Eu sinto muito pela sua mãe – disse a diretora com pena.
A mulher passou a grampear todos os documentos xerocados de Emma – ela os tinha porque a escola que seu pai a matricularia havia pedido a documentação com urgência.
– Histórico escolar? – pediu a diretora.
– Está aqui! – disse Emma sem esconder a alegria, vasculhando na bolsa até encontrar o grande envelope.
– Comprovante de Residência, meu bem?
Se Emma apresentasse o comprovante que possuía, seria um grande problema, já que o bairro nele constatado era de uma região nobre – e certamente a diretora questionaria a escolha de uma escola de periferia, se Emma tinha condições de ter uma melhor qualidade de ensino.
– Há necessidade disso agora? – perguntou Emma, parecendo desanimada. Como se soubesse que não fosse conseguir concluir a matricula.
A garota fixou os olhos aflitos nos olhos compadecidos da diretora. Naquela fração de segundos, ouve-se fortemente a batida do coração da mulher, e em seguida, o inesperado:
– Muito bem, Emma Sullivan, está matriculada no terceiro D que fica na sala 21.
– Coooomo?
Diretora e aluna se encararam, ambas assustadas.
“Alguma coisa aconteceu aqui. Reparou na cor dos olhos de Emma?” – disse Natália em meus pensamentos.
Os olhos de nossa líder mantiveram outra tonalidade enquanto ela questionava a importância do documento. Ficaram vermelhos – vermelhos tão vivos, que se comparava ao vermelho-sangue. Seria essa uma manifestação de suas características Lorvinins?
O segredo de Emma Sullivan. Página 40.
Bom, depois que Joel conta a Emma tudo sobre sua verdadeira origem, o livro se torna ainda mais interessante. Emma fica em confusão com seus sentimentos, e não consegue mais controlar suas emoções. Ela passa a ser mais dura, brigona, e não consegue controlar os poderes que vão surgindo conforme os dias se passam. Um exemplo é a cena do terremoto que acontece do nada na cidade, que no caso, é provocado sem querer por Emma:
“Olhei involuntariamente para as minhas mãos. Elas haviam afundado a madeira da mesa, enquanto o barulho acontecia! Estavam fechadas, preparadas para atacar alguma coisa, como se eu fosse um animal selvagem faminto, esperando pela presa saborosa... Direcionei meus olhos para a minha falsa família. Todos escorregavam pelas cadeiras, enquanto o barulho de rachadura nas paredes aumentava cada vez mais. Ninguém prestava atenção em mim, naquele momento eles eram egoístas, tentando salvar apenas a própria vida miserável de humano! Salvar a própria pele, sem se importar com quem estava ao lado. Joel surgiu sorrindo na porta, acenando para eu acompanhá-lo. Imediatamente eu corri em sua direção, o engraçado era que eu não me incomodava com o barulho! Não precisava de apoio para poder andar pela casa trêmula... Eu pertencia a todo aquele estrondoso som que destruía a bela mobília da casa!”
O segredo de Emma Sullivan. Página 110.
É bastante curiosa essas cenas, a autora escreve de uma maneira que parece que nós, os leitores, conseguimos entrar na trama. Muito bom. Eu recomendo o livro para todos os meus amigos desse blog. Tenho certeza que vai agradar... Deixo aqui meu grande beijo da Briana.